Ego x Autovalorização

Nas veredas da alma, entrelaçadas,
Reside o dilema, um fio tênue,
O ego, o eu inchado de vaidades,
E a autovalorização, ser sutil e impoluto.

Do ego, o brado alto e arrogante,
O anseio por aplausos e alardes,
Busca a glória efêmera, exuberante,
Mas na sombra da ilusão, perde-se os verdadeiros grades.

A autovalorização, nobre e serena,
Reflete o amor-próprio, sem alarde,
Descobre no âmago, a chama serena,
E acolhe-se com compaixão, não há espaço para alarde.

O ego, sedento de comparação,
Anseia ser o melhor, o mais notório,
Mas essa luta é vã, uma prisão,
Pois a unicidade é o caminho, um trilho honório.

Enquanto o ego se alimenta de aplausos,
A autovalorização se nutre do amor,
Acreditando em si, sem falsos atos,
Construindo uma alma forte, sem temor.

A sabedoria encontra-se na diferença,
Entre a busca por destaque e a autenticidade,
O ego perece na efemeridade da aparência,
Enquanto a autovalorização floresce em sua essência.

Escolho ser a luz que me ilumina,
Em vez de ofuscar o brilho alheio,
Pois a grandeza reside em cada esquina,
Quando o coração é sábio e alheio ao despeito.

Liberto-me da prisão do ego frágil,
Acolho a força da autovalorização,
Onde a humildade e o amor se agigantam,
Construindo alicerces da verdadeira evolução.

Que cada passo, cada verso, traga a clareza,
A diferença entre o ego e a autovalorização,
E que nossa alma encontre a sua pureza,
No equilíbrio sábio da nossa jornada, em união.

Aprendamos com a vida, essa mestra sábia,
A cultivar a autovalorização em plenitude,
Pois é no amor-próprio que se cria,
A harmonia, a paz e a verdadeira virtude.


(Abraham Schneersohn)

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